Thursday, May 10, 2007

Lost e o Fim da TV

A revista Superinteressante publicou em sua edição de fevereiro de 2007 uma reportagem, na qual afirma categoricamente que a TV como a conhecemos vai acabar. E que o seriado Lost, o maior fenômeno recente da TV mundial, é o grande indício desta tendência.

A reportagem baseia-se em alguns aspectos curiosos na relação entre LOST e o seu público. O seriado criou ao seu redor todo um universo de possibilidades interativas que tem no ambiente virtual, e não na TV, a sua força gravitacional. Os espectadores da série invadem a internet e participam de blogs, fóruns, chats, jogos e discussões sobre os mistérios da ilha onde se desenvolvem as ações. Através da rede, o público pode, inclusive, colaborar na criação de episódios. Os produtores admitem, por exemplo, que algumas tramas iniciais da história já foram alteradas devido a comentários dos internautas. Estes mesmos produtores usam a rede para esquentar os debates, aguçar a curiosidade dos fãs e, claro, aumentar a audiência. Aliás, é importante dizer, assistir aos episódios pela TV tornou-se apenas a ponta do iceberg. Até porque, bem antes de chegar aos canais de televisão (fechados ou abertos) todos os capítulos da trama já estão disponíveis na internet e podem ser baixados tranqüilamente para o computador de qualquer pessoa mais apressada.

Ao visualizar tamanha transformação comportamental, a revista sugere que a TV tradicional com programas e horários fixos vai deixar de existir. De fato, há uma forte tendência para mudanças principalmente em dois aspectos: a personalização e a interatividade. O primeiro demonstra que a programação televisiva não será a mesma em cada residência, ou seja, o telespectador poderá criar uma programação customizada, na qual ele define o que vai passar na TV e em que horário. No segundo, temos a possibilidade de participação do “ex-pectador” que transcende a simples opinião e caminha para transforma-lo em produtor de conteúdo televisivo, como já ocorre em alguns países.

Todas essas mudanças não implicam necessariamente no fim da TV. Afinal, quando esta surgiu não decretou o fim do rádio, por exemplo, ou de qualquer outro veículo de comunicação. O que se observa é o desenvolvimento de uma nova cultura digital, movida e sustentada pelos recursos da internet, e que vem agregar novas possibilidades de informação e entretenimento aos cidadãos do planeta. As transformações na estrutura televisiva são eminentes, mas acho que ainda vamos conviver muito tempo com o “Fantástico” aos domingos e com a nossa novela das oito que começa pontualmente às nove.

Postado por Fábio Guerra.

2 comments:

renata purri said...

Fantástico aos domingos é depressão pura. Estou doida pra poder "mandar" na minha TV. E não vai demorar não; com a TV digital esta liberdade de escolha está cada vez mais próxima da gente, aqui no Brasil.

Vivian Barbosa said...

O mesmo tem sido evidenciado com o seriado Heroes (do qual sou fã doentia).

Ninguém assiste ele pelo canal NBC (que exibe a série), mas pelo site da emissora.

Além disso, logo no dia seguinte a exibição de Heroes nos EUA, o site isfree.tv já disponibiliza o episódio na íntegra e com legendas em português.

Quem vai ficar esperando pela Fox?