Thursday, May 17, 2007

A caminho do EPIC?

Vocês lembram daquele vídeo de ficção sobre o Google que assistimos nas aulas de Suzana Barbosa?
Olhem essa reportagem!

Digital Serviços do Google ameaçam privacidade

Jornal A Tarde, 16.05.07

À medida que a internet cresce, aumentam também as possibilidades para os usuários. Ficamos às portas de todo um mundo de recursos que nos facilitam o conhecimento e saber da atualidade, mas sempre que saibamos ser seletivos com as fontes. No entanto, nem tudo são flores neste mundo – um novo serviço do Google ameaça transgredir a privacidade de seus usuários.

Com a nova ferramenta para rastrear o histórico de buscas e seus planos para assumir o controle da empresa de publicidade online DoubleClick, os grupos que defendem a privacidade temem que a empresa, cada vez mais poderosa, se transforme num "Big Brother".
Com cada nova ferramenta, o Google torna mais fácil a vida de seus usuários. Mas o preço que cobra é, pelo menos potencialmente, um pedacinho a mais de sua intimidade.

Um exemplo disso é o Web History (www.google.com/history), seu último lançamento.
A ferramenta permite ao usuário rastrear o texto, fotos e vídeos de páginas que visitou anteriormente. Segundo Payam Shodjai, diretor de produtos do gigante do Vale do Silício, o produto "permitirá buscar aquela frase que alguém lembra ter lido em algum lugar”.

A utilidade da ferramenta é inegável. Mas com ela voltam ao debate as dúvidas sobre uma empresa que conhece praticamente todas as atividades online realizadas por seus milhões de usuários no mundo todo.

DEVASSA – Somente os termos de busca revelam um volume imenso de informação sobre os internautas, desde suas crenças religiosas e políticas até sua orientação sexual, preocupações financeiras e problemas médicos. Além disso, o Google recentemente anunciou a compra da agência de publicidade online DoubleClick, por US$ 3,1 bilhões.

É o valor mais alto já pago pela empresa numa aquisição. O anúncio ressuscitou os temores das associações que defendem a privacidade dos usuários. Elas acham que o Google poderá oferecer muita informação aos anunciantes. Três grupos de interesse público apresentaram uma denúncia conjunta à Comissão Federal de Comércio (FTC, em inglês). Eles pedem uma investigação sobre as repercussões da operação na privacidade dos usuários.

Estas organizações – o Centro para a Privacidade da Informação Eletrônica, o Centro para a Democracia Digital e o Grupo para a Pesquisa do Interesse Público – pediram que o FTC vete a negociação até que sejam investigadas práticas de coleta de dados do Google. No processo, as organizações informam que a aquisição "dará a uma só companhia mais informação sobre as atividades online dos consumidores que a qualquer outra empresa no mundo".

O problema é que a DoubleClick não é uma empresa qualquer – seu histórico inclui polêmicas na área de políticas de privacidade. Em 2000, o Centro para a Privacidade da Informação Eletrônica apresentou um processo para denunciar sua falta de respeito ao invadir a vida das pessoas. Enquanto isso, o Google continua a sua marcha. Já é a marca mais cara do mundo (US$ 66,343 bilhões), à frente de General Electric, Microsoft e Coca-Cola, segundo o ranking Brandz, publicado pela empresa de consultoria Millward Brown.

Isso para não falar dos espetaculares resultados que obteve no primeiro trimestre, coincidindo com a queda do Yahoo!, seu rival. Mas cada vez mais críticos opinam que o gigante da internet pode se tornar vítima de seu sucesso. "Justamente por seu sucesso, é preciso perguntar se devemos impedir que o Google continue seu domínio através de aquisições e colaborações", disse Steven Pearlstein, no jornal Washington Post.

Por sua vez, a revista PC World afirma em seu blog que é necessário "vigiar o Google de perto", já que, à medida que cresce – e a oferta é enorme, desde seu serviço de e-mail Gmail ao editor de textos Google Docs ou ao Google Desktop –, também aumenta a quantidade de informação que recolhe.

"Com a DoubleClick, o Google teria uma capacidade sem precedentes de espionar os usuários", diz a publicação, que acredita que o desejo do Google de comprar a agência contradiz a sua política anunciada, de "não fazer o mal". Como lembra Pearlstein, "nunca teria existido um Google sem a iniciativa antimonopólio do governo, que impediu que a Microsoft esmagasse os pequenos concorrentes". Da mesma forma, o analista se pergunta se não é hora de começar a restringir a empresa para aumentar as possibilidades de surgir "outro Google".

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