Tuesday, May 22, 2007

Memórias de 1984

Na aula desta terça-feira(22) durante a discussão sobre história da informática, segundo Breton, o ano de 1984 ganhou um destaque especial. O professor André Lemos listou alguns fatos marcantes para a sociedade da informação, como o lançamento do Macintosh e o livro Neuromancer de William Gibson. 1984 não foi exatamente como previa George Orwell, mas é possível fazer todo o tipo de analogia à sociedade do Big Brother. Neste ano bissexto tinha quinze anos e morava em São Paulo, mas soube pela TV que o Mercado Modelo em Salvador havia sido destruído por um incêndio. Também pela TV o mundo viu o lançamento do LP Thriller, de Michael Jackson. Vimos o sambódromo ser inaugurado no Rio de Janeiro, uma obra monumental de Oscar Niemeyer. Em 84 também comprei o compacto de “Do They Know It´s Christmas”, uma gravação conjunta de artistas pop da Inglaterra e Estados Unidos para angariar fundos para as crianças da Etiópia. O movimento dark era notícia, até eu me vestia de preto. Mas o fato mais marcante foi a mobilização pelas Diretas. Confesso que na época não tinha a plena consciência do que acontecia, mas também estava lá, junto com outros 1,5 milhão de pessoas no centro de São Paulo. Na época ninguém tinha computador em casa e foi através dos meios de massa que o movimento ganhou voz. Como disse o professor em umas das primeiras aulas, “o meio de massa cria o público e gera a opinião pública, mesmo ela não sendo interativa”. A emenda Dante de Oliveira não passou, mas país tomou um novo rumo, sem volta. Quem viveu 1984 não tem como esquecer.

1 comment:

renata purri said...

1984.
1 ano depois eu estaria assistindo aos shows da primeira edição do rock in rio. a moda era psicodélica; os paralamas e seus óculos estavam na parada de sucessos. na minha turma, o mais perto que estávamos da tecnologia era o uso do antigo e pesado walk man. aos 14 anos, eu nem sonhava que o "dever de casa" da pós graduação seria tão gostoso quanto fazer um comentário num blog.