A rede mundial de computadores alterou de maneira radical o cenário da sociedade moderna. Além das mudanças referentes a métodos organizacionais comercias, a escala de valores e conceitos sociais tradicionais passam por uma detalhada revisão e adaptação.
Uma das propostas – projetos anunciadas pela Internet seria o aumento da participação popular nos processos decisórios políticos - e, com isso, a solidificação do conceito de cidadania.
O pensamento inicial dos defensores da WEB afirmava que os diversos links, espaços ou canais estariam à serviço da população, para que esta pudesse alcançar a plenitude do conceito “cidadania”. A cidadania vista como um “status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire os direitos como indivíduo (civis, políticos, sociais) e os deveres (impostos, tradicionalmente o serviço militar, fidelidade…) relativos a uma coletividade política, além da faculdade de participar na vida coletiva do Estado, surge do princípio democrático da soberania popular”.
Esta concepção de cidadania é uma resultante das grandes revoluções liberais ( com o lema Igualité, Fraternité e Liberté) do século XVIII, e caracterizado pela primazia do Estado-Nação como coletividade política que agrupa os indivíduos. Esta cidadania equivale à nacionalidade.
Mas não seria a relação da Internet com a cidadania, uma relação de via dupla? Pois ao mesmo tempo que propõe soluções e iniciativas para tornar real a cidadania, não estaria também rompendo com o conceito clássico de cidadania? Já que a questão espaço x tempo parace não existir na grande rede e, palavras como nacionalidade não existe mais como pressuposto para estruturação dos Estado – Nação. Todos agoram podem torna-se cidadãos do mundo (desde que estejam conectados a teia virtual).
O fato é que a Internet quando cria maneiras de alterar o estado de paralisia crítica social, através da elevação da participação popular, revela o quanto sistema democrático ainda é insuficiente para o exercício da cidadania. Porém quando a Internet ofereçe ou traz a possibilidade ao indivíduo de torna-se cidadão do mundo (pois podemos assinar uma manifesto a favor da legalização do aborto em Portugal, enviar e-mails à Casa Branca em repúdio a presença de tropas norte-americanas no Iraque ou mensagens de solidariedade ao povo cubano e venezuelano em apoio a soberania desses paises) revela a necessidade da adaptação do conceito de cidadania na sociedade pós – virtual.
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