“Nem Tudo Está Perdido”

É com esta frase que a repórter Silvia Rogar da revista VEJA encerra a sua matéria sobre as mudanças na escrita na era da internet, sob a forma de abreviações ou modificações na grafia das palavras, especialmente entre os jovens usuários. Rogar demonstra em seu texto que as escolas não estão acompanhando este fenômeno social como deveriam e chama a atenção para o choque entre o ambiente escolar, onde tudo é linear (horários, disciplinas) e a WEB composta por elementos não-lineares como hipertexto, links e recursos multimídia.

A frase do título se constituiu a partir de depoimentos de alguns adolescentes que garantem utilizar as regras gramaticais da língua portuguesa mesmo em ambiente virtual. Segundo um consultor entrevistado, o desafio das escolas é, portanto, demonstrar que na escrita tradicional também existe um mundo inspirador. Além disso, os prejuízos reais causados por mais esta faceta da internet ainda não estão claros e precisam ser avaliados, pois a dinâmica do mundo atual, onde a velocidade é privilegiada em detrimento do que é correto, parece nos conduzir em um caminho sem volta.

É necessário então que se avalie até que ponto o envio de uma mensagem cujo texto é “Kd vc?” representa uma atitude inocente ou o ponto de partida para a descaracterização da nossa língua padrão. Por enquanto, compartilho a idéia de Silvia Rogar de que “nem tudo está perdido” e acho que vale a pena ler e debater a matéria.