Tuesday, May 8, 2007

DESABAFO

Cá estou eu, pouco depois da meia-noite, de um dia que começou às 7h30 da manhã, fazendo meu desabafo e registrando meu protesto. Aos 36 anos (13 longos anos após ter finalizado minha graduação) volto à sala de aula para aprender e me indignar. Aprendo que o jornalismo mudou, está de cara nova, ganhou conceitos renovados e belas nomenclaturas - open source, participativo, multimidiático, etc. Aprendo que no jornalismo 2.0 a produção de notícias é exclusiva para a Web, e que no jornalismo 3.0 o usuário não apenas interage mas também produz conteúdo. Novos formatos e modelos pululam numa velocidade impressionante, provocando reações na sociedade contemporânea que sabiamente segue os rumos desta nova era e mergulha na cibercultura de forma a fazer inveja a Michael Phelps. Pessoalmente acho tudo muito interessante e inovador, portanto enfrentar a interminável Av. Paralela depois de um cansativo dia de trabalho é não somente compensador mas prazeroso.
Eis que entro num auditório lotado e menos de 5 minutos depois percebo claramente a linha tênue que separa os intelectualmente interessados dos intelectualmente desleixados. Desculpem-me se soar grosseiro, mas não há como deixar de comentar a falta de respeito de certos alunos que simplesmente ignoraram as palestras de dois mestres-doutores em comunicação, reunindo-se em grupelhos que não paravam de conversar e rir num tom acima do permitido, numa total demonstração de má educação. Com exceção dos meus nobres colegas da pós-graduação e de alguns poucos outros estudantes que se mostraram compenetrados, a maioria da platéia não se ateve às explicações e reflexões dos palestrandos. Confesso que a situação me impressionou; será que 13 anos atrás éramos mais interessados, tínhamos mais compostura? E como fica o futuro de profissionais que relegam a apreensão de conteúdo em prol de uma lista de presença?
Por essas e outras o usuário que recebeu o nome de jornalista cidadão é cada vez mais bem-vindo. Não importa o título ou o tamanho do conhecimento, mas o que se faz com eles. Como lembrou o mestre Messias Bandeira, informação não é poder, e sim o que realmente se absorve dela. Eu tenho muito o que absorver com este curso.

2 comments:

Giselma Barbosa said...

Comentei com algumas colegas após a palestra o descaso de alguns alunos, para ser mais precisa a falta de educação, a conversa que você citou provavelmente faz referência ao grupo que sentou atrás da minha fila, eles incomodaram horrores, observei também que a nossa turma estava mais interessada. Continua a questão: quanto mais avançamos, mais maturidade adquirimos? Acho que faltou maturidade aos nossos colegas da FJA.

Vivian Barbosa said...

estava sentada ao lado de Giselma e comentei com minha colega Josi exatamente a mesma coisa: se o futuro do jornalismo estava com aquela turma sentada atrás de mim, estamos fritos...