Quanto mais debato, escuto, divago meu pensamento sobre o ciberespaço, mais me aficciono por ele. Dentre as possíveis ramificações, a busca pela aquisição de identidades é necessária para que o indivíduo delimite o seu lugar no mundo e reconhecer em meio a tantos outros indivíduos. Ai entra a questão das comunidades virtuais, bem debatida ontem na aula do prof. André Lemos.
Nos últimos tempos, esta prática talvez pode ter sido intensificada com a presença das redes mundiais de computadores, que aproximam os indivíduos e possibilitam o surgimento de novas formas de relações sociais, entre as quais destacam-se as comunidades virtuais, espécie de agrupamentos humanos constituídos no ciberespaço ou no ambiente virtual.
Entra em cheque uma dúvida: Onde está a confiabilidade destas comunidades virtuais? Até que ponto posso me tornar, de fato, um amigo se não conheço o outro?
Várias destas questões se encontram em curso e são sempre alvo de debates, críticas por psicólogos, sociólogos e educadores.
Penso que as comunidades virtuais tentam desconstruir a idéia de que o perigo está somente no ciberespaço. Toda forma de comunicação implica riscos, desconfianças, entre outras questões. Isso não quer dizer efetivamente, que estamos mais confiáveis se conhecermos a pessoa cara a cara. Confiança não se estabelece pelo físico unicamente. Muito pelo contrário. Assim como outras virtudes, ela se concretiza gradativamente, a medida que o contato (virtual ou não) vai se intensificando. É algo que tem que se "Atualizar" sempre, fazer o "Upgrade" de vez em quando, , indexar no "Delicious" e jamais "Deletar", caso seja verdadeira.
Outros pensamentos, porém,entram no jogo: a identidade. No ciberespaço, podemos ser quem quisermos, falar o que queremos, vestir de várias indentidades ao mesmo tempo. Também podemos ser nós mesmos, se quisermos. Blefe é a palavra de ordem e constantemente em curso nas redes telemáticas. Avaliar negativamente o processo de relações sociais que se formam na rede é um perigo. As várias formas de relações humanas, na rede ou fora dela, não garantem confiabilidade e nem que exista de fato, uma amizade verdadeira. Tudo é um processo a ser estabelecido, conforme o interesse incomum.
Como diz Castells, a sociedade está em rede.
"A Internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui na realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação. O que a Internet faz é processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos". (CASTELLS, 2003).
Enfim, estamos na Matrix.
Veja este vídeo sobre Comunidades virtuais, produzido para o Festival Regional do Minuto, 2006, cujo tema é Comunidades Virtuais. Muito legal!
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