Encerrando a minha participação no Blog (pelo menos em termos de nota), decidi não me prender a um único tema e falar de pelo menos três assuntos relacionados à cibercultura.
Primeiro, eu gostaria de abordar a grande repercussão da era digital no mundo do trabalho. Como o tema da minha monografia no curso de Psicologia foi justamente as formas de organização do trabalho a partir da revolução industrial, confesso que tenho um interesse especial pelo assunto. Após o período da Administração Científica de Taylor e do Fordismo, ambos baseados no controle dos tempos e movimentos e na produção em série, vários princípios de organização do trabalho foram propostos, no sentido de buscar o equilíbrio entre as necessidades humanas (Maslow) e as necessidades de lucro. Longe de ser um agente deste equilíbrio, a internet acirrou ainda mais a competitividade no mercado de trabalho, transformando a informação em um grande diferencial e fazendo surgir um tipo de profissional cada vez mais flexível e polivalente. Nesta era, que o professor André chamou de pós-fordismo, o processo de aculturação ainda é imposto pelas organizações, mas a capacidade de adaptar-se às novas tecnologias é essencial ao profissional moderno. Tudo muda muito rápido e por isso DINAMISMO me parece ser a palavra de ordem no atual mercado.
Outro assunto interessante diz respeito às previsões sobre os efeitos da internet na vida cotidiana. Alguns estudiosos visualizavam que as relações sociais iriam ser significativamente reduzidas em função da rede. A tese se baseia no fato de que seria possível fazer quase tudo através dos computadores, como, por exemplo, comprar, ouvir música, assistir filmes, trabalhar, etc. Seria um processo lento e gradativo de esvaziamento urbano e o começo do fim para as cidades como as conhecemos. Até agora não há nenhum indício de que isto esteja ocorrendo. Na verdade, as facilidades do universo digitais não substituem em nenhuma hipótese o contato humano. Senão vejamos: o fato de poder assistir aos jogos de futebol pela TV não tira o público dos estádios que, estão sempre lotados pelos quatro cantos do país e do mundo. O fato de poder comprar pela rede não impediu que o Salvador Shopping ficasse lotado no dia da sua inauguração. Situação esta que alguns descreveram como sendo semelhante à praça Castro Alves durante o carnaval. E como substituir a praia, o calor de um show das nossas bandas favoritas, mesmo com todo o poder da internet? Talvez esta teoria do esvaziamento seja extremamente pessimista. Ou quem sabe, meu tataraneto poderá ter uma opinião diferente.
Por falar nisso, o professor André também abordou a qualidade dos relacionamentos estabelecidos através da rede. Segundo ele, os contatos mantidos na internet não são nem mais, nem menos perigosos ou superficiais do que as relações face a face. Confesso que foi uma idéia polêmica, pois como eu disse acima, acho que nada substitui o contato humano. No entanto, as colocações do professor nada têm a ver com substituição. Ele fez questão de deixar claro que os relacionamentos on line são apenas diferentes. As situações têm contexto e dimensões diferentes e cada uma tem o seu espaço. As relações face a face não são necessariamente mais verdadeiras do que aquelas que se desenvolvem através dos computadores. Essa foi a conclusão, com a qual, a propósito eu concordo.
Gostei do curso, das aulas e dos comentários do nosso colega René. Espero ter fechado a minha participação com chave de ouro.
Friday, June 8, 2007
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