Na aula do dia 5 de junho falamos, dentre outros temas, sobre comunidades virtuais. Destaco, em especial, as características oriundas da sociologia para caracterizar as comunidades virtuais. São elas o sentimento de pertencimento, o território, a identidade, a empatia e a temporalidade.
Assim como defende André Lemos, o trabalho de título “Comunidades Virtuais – uma abordagem teórica”, de Raquel Recuero (2001), apresentado no V Seminário Internacional de Comunicação, promovido pela PUC do Rio Grande do Sul, também se baseia na utilização dos fundamentos sociológicos de comunidade para conceituar “comunidade virtual”.
Segundo Recuero, muitos autores consideram que a ausência de um “locus” específico em agrupamentos humanos no espaço eletrônico descaracteriza o conceito de comunidade, enquanto outros defendem que esse “locus” existe, e que apesar de ser abstrato, simbólico, ele é limitado, como num fórum da Usenet ou um canal do IRC. Por outro lado, como disse André Lemos, um simples suporte através do qual as pessoas podem se conectar para acessar canais e trocar mensagens, por exemplo, por si só não constitui uma comunidade virtual.
O trabalho de Recuero defende também que “grande parte dos laços sociais forjados no ciberespaço sejam transpostos para a vida offline das pessoas”. Coloco aqui em discussão justamente a discussão contrária. Será que as relações estabelecidas no ciberespaço não se constituem também uma reprodução ou um prolongamento de relações já existentes offline?
Quantos dos seus amigos do Orkut ou daqueles adicionados em sua lista no MSN você já conhecia através da interação face a face? Ao contrário das inúmeras visões pessimistas a respeito das tecnologias da informação e da comunicação, não me parece prudente tomar a Internet como a “destruidora” dos laços sociais, ou como a responsável pelo afastamento crescente dos indivíduos, mas sim como um novo e importante instrumento de potencialização de relações sociais.
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