Wednesday, June 6, 2007

A internet que "ajuda" a perder... ajuda a localizar.

As últimas discussões da aula do dia 05, giraram em torno da "confiabilidade da internet" para o desenvolvimento de relações.

André Lemos citou que muitos autores defendem ser perigoso se relacionar com pessoas "virtualmente", porque isso levaria a uma desconexão do "real". Existe o "mito" de que o cara-a-cara é mais seguro. Usando o trabalho do autor Ervin Goffman, com o seu livro A Representação do Eu na Vida Cotidiana, Lemos explicou que a vida cotidiana é teatral, pois representamos diferentes papéis dependendo de cada contexto (sou filha, aluna, jornalista, amiga, namorada, etc).

O relacionamento mediado pele internet traria a mesma confusão de interpretações como na vida "real". Afinal de contas, a comunicação é improvável. Lemos destacou que precisamos desconstruir a idéia de que o perigo está no ciberespaço - ele está em todos os lugares.

A mídia nos bombardeia, quase que diariamente, com informações de crimes sendo potencializados pela rede. São sequestros, assassinatos, crimes de pedofilia, difamação, entre outros. Já lí textos que massacravam os chats e orkut pois eles estariam "aumentando" os números de desaparecidos. A matéria publicada no caderno Digital do Jornal A Tarde destaca o uso da rede justamente para o inverso - ajudar a localizar pessoas desaparecidas.

Leia a primeira parte do texto abaixo:

Internet facilita encontro de pessoas desaparecidas

RODRIGO VILAS BÔAS
rvilasboas@grupoatarde.com.br

Procurar pessoas desaparecidas é uma tarefa incessante. Reencontrar aqueles que “sumiram do mapa” é algo deveras extraordinário.Mas nem sempre as histórias têm um final feliz. Em alguns casos, a descoberta do paradeiro de um parente ou amigo resulta em tempo perdido. Graças à internet, hoje, a procura é ágil e eficiente.

A rede é uma importante aliada daqueles que estão à procura de um ente querido. Não se pode negar a sua importância nem tampouco dispensar o seu uso.Aliás, ela tem proporcionado com mais rapidez o reencontro.

Não fosse a internet, Marizete Maia Gomes, 63 anos, não teria conhecido o seu irmão caçula, Lourival Maia Brasil, 59. Eles se separaram quando ela tinha 4 anos e ele apenas 1 ano. “Foi a maior alegria achar meu irmão”, comemora a aposentada, que tem cinco filhos, 11 netos e viúva há 20 anos.

Seu Lourival, atualmente desempregado, tem um casal de filhos e mora no bairro da Boca do Rio, em Salvador. “Gostei de conhecer a minha irmã. Não imaginava onde ela estava e nem se estava viva”, disse.

A internet uniu os dois irmãos separados pelo destino. A donade-casa vive hoje em Guarulhos (São Paulo). A procura pelo irmão foi motivada por ela, que descobriu o “detetive dos desaparecidos” ao assistir a um programa de televisão. “Foi só escrever uma carta para ele que deu tudo certo”, conta.

O “detetive dos desaparecidos” trata-se de Walter Peceniski, 41 anos, que apresenta um quadro no Domingo Legal, do SBT, em que promove reencontros de pessoas que não se viam há muito tempo.

Peceniski ajuda pessoas a reencontrarem um parente ou amigo através do site http://www.genteprocurandogente/.com.br. A iniciativa surgiu pelo fato de ele ter se separado separado da filha Liat e conseguido reencontrála. No endereço eletrônico, é preciso fazer um cadastro e pagar R$ 25. O caso é publicado no site em até cinco dias úteis após a confirmação do pagamento da taxa de adesão. Até hoje, 700 mil casos já foram cadastrados.

Uma pesquisa feita na internet por Peceniski também permitiu que Marivaldo Maia Souza, 40 anos, o Mário, descobrisse o paradeiro de seu pai, José Milton de Santana, 74 anos, que mora em Elísio Medrado, município baiano.

Eles ainda não se encontraram pessoalmente, mas mantiveram contato pela primeira vez por telefone em 10 de maio, data do aniversário de Mário. “Sabia apenas que minha mãe tinha ficado grávida dele quando morava na Bahia. Ele não teria assumido a paternidade, apesar de ser filho de fazendeiro na época”, relata Mário, filho de dona Marizete, a viúva que encontrou o irmão caçula.

No comments: