Wednesday, June 6, 2007

Eh Calypsooooo!!!


Não sei por que mais da metade da sala empinou o nariz com o techno-brega... Eu gosto de Calypso. Agora não ouço mais como antes, mas lembro-me que quando o primeiro dvd estourou estava de férias, a gente dançava e cantava e ria, né?! Porque “como pessoas sensatas e com o mínimo de inteligência podem ouvir Calypso?”. E mais, se divertirem com Calypso???
Não importa, eu me divertia.
De alguma forma Calypso se transformou em uma grande onda que ia de uma ponta a outra do país e as pessoas não passaram a admirar apenas a musicalidade ou a forma como Joelma dançava mexendo as pernas tão rápido, mesmo com aquele barrigão (ela estava grávida), mas muita gente parava e se perguntava como aquele casal teria conseguido tanto sucesso “sozinhos”.
Calma gente, não surtei ainda, estou aqui para falar da mediação. E não consegui, em toda aquela aula encontrar exemplo melhor do que a banda Calypso.
Mais do que nunca se torna visível, como as imagens da cidade se formando outra vez após uma forte neblina, a idéia de que a informação não se restringe a nós, jornalistas, ou a impressa, menos ainda aos veículos da massa. A produção de conteúdo está em toda parte. Assim como a mediação não é exclusividade do open journalism, ou jornalismo de fonte aberta, ela está presente também nessa produção de conteúdo. Um conteúdo produzido pela própria massa.
E o que entendemos por massa (pelo menos enquanto senso comum)? Povo! E quer algo mais “povão” que Calypso e as músicas “bregas” que Joelma encena no palco durante os shows?
Minha avó dizia (mentira, ela não dizia nada, mas vamos dar chance ao senso comum) que “só o pobre entende o pobre”. O ditado não é bem assim (não sou boa em ditados), mas a idéia é: os pensamentos de músicos de classe baixa e bábláblá estarão mais próximos dos de um camelô do que de executivos de uma gravadora, por exemplo. Com objetivos bem traçados seguem Joelma e Chimbinha, o casal tchno-brega, para o campo de batalha sem uma gravadora..
Deu certo! E mais do que a massa produzindo conteúdo, a banda hoje é a representação da massa produzindo um conteúdo distribuído pela massa para a própria massa.
Isso porque tem toda aquela história deles envolverem os camelôs na distribuição dos cd’s e dvd’ para a banda faturar mais nos shows e não, exatamente, na venda dos discos. Ah! Agora a banda tem uma gravadora própria, a Calypso Produções. Vai ver o grito de guerra dá sorte: “Eh Calypsoooo!!!”.