Remix cultural e cibercultura

Nas duas últimas aulas um tema recorrente foi o remix cultural, a partir da constatação de que nenhuma cultura é pura. Até o Japão que ficou isolado durante séculos, porque fechou os portos ao Ocidente até século XVI, nasceu sob a influência dos Ainus, a nação indígena japonesa (sim, há índios no Japão!). De lá pra cá as coisas mudaram radicalmente, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Um fenômeno marcante está relacionado à moda. A partir de 64 quando Tokyo sediou os Jogos Olímpicos, a capital japonesa se tornou o foco mundial e adquiriu um clima cosmopolita. Como bem disse o professor André, a “globalização leva à ocidentalização”, e os japoneses consumiram de forma voraz a cultura ocidental. Num local onde não havia o certo e o errado na hora de vestir, os jovens literalmente vestiram tudo, fazendo uma releitura, algumas vezes caricatural, da moda do ocidente. Assim como os portos japoneses se abriram cinco séculos atrás, com a mudança da base tecnológica, as barreiras espaciais caíram. Hoje o que era destino virou fonte e dos dois se mistura. Estilistas de grifes de todo o ocidente passeiam pelas ruas de Harajuku, a procura de tendências. O assunto foi tema de uma reportagem da revista Época nesta semana. Até o paulista Alexandre Herchcovicht abriu uma loja no bairro vizinho, o badalado Shibuya. É mais um exemplo da relação de uma forma social que surge no meio da década de 60 com as novas tecnologias de informação. Cibercultura pura...