Monday, June 4, 2007

Reconfigurando Nam June Paik

André Lemos mostrava as fases de desenvolvimento da informática, quando falou sobre o ciberpunk, flashmob e outros movimentos. Constatou que muita gente encara tudo isso com estranhamento, reagindo com frases do tipo “que maluquice é essa”. Na mesma hora voltei vinte anos no tempo até a época da Escola de Comunicações e Artes e me vi assistindo a um vídeo onde um sul-coreano com um grande imã na mão, distorcia a imagem de um aparelho de TV. Eu e meus colegas, todos calouros, dividimos esse estranhamento. Cheguei mesmo a pensar “mas que maluquice é essa?” O "maluco" era Nam June Paik, o papa da videoarte. Naquela performance, Nam June Paik quebrava a emissão de um meio massivo, no caso uma transmissão de TV, de forma física e simbólica. Com um dispositivo simples, um imã, ele conseguia manipular e controlar os raios catódicos que formam as imagens, a informação. Depois daquele momento de estranhamento, voltaria a ouvir o nome deste sul coreano muitas outras vezes, porém ele nunca ganhou o destaque dos contemporâneos John Cage e Bill Viola. Em 88 Nam June Paik fez uma performance na abertura dos Jogos Olímpicos de Seul, mas quem se lembra? Quando li a notícia da morte de Nam June Paik no ano passado lamentei em silêncio, lembrando aquela época com meus colegas calouros. Enquanto tentávamos descobrir a forma da emissão de massa, Nam June Paik nos revelava a essência.


Mais sobre arte eletrônica está no ponto 10 do texto “Cibercultura, alguns pontos para entender a nossa época” do professor André Lemos.

Veja Nam June Paik no YouTube, clicando aqui.







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