Tuesday, June 5, 2007

Mundo Real X Mundo Virtual: a quebra do paradigma.

Durante a aula desta segunda feira o professor André Lemos fez uma pausa para explicar o conceito que apresenta o mundo real como uma derivação do mundo virtual e suas atualizações. Definitivamente este não é um conceito de fácil compreensão. Para entendê-lo é preciso quebrar o paradigma que coloca o mundo virtual como o oposto do mundo real. Esta oposição se justifica quando pensamos em termos materiais. Ou seja, o real seria algo materializado e palpável, enquanto o virtual é abstrato, pois só se encontra nas redes de computadores. Ocorre que as redes de computadores nos proporcionam uma série de serviços potencialmente disponíveis, por exemplo, quando abrimos a torneira de nossa casa, a água cai imediatamente, ou seja, ela sempre esteve potencialmente disponível, e quando fazemos o movimento mecânico de girar a torneira fazemos a atualização do serviço e construímos o mundo real. O mesmo vale para a internet. Quando ligamos o computador, nos deparamos com uma série de possibilidades virtuais que aguardam apenas os nossos cliques no mouse, ou seja, as atualizações, para compor o mundo real. Neste caso, fica claro que o virtual não se opõe ao real, mas sim, às atualizações. Por sua vez, cada atualização gera novas possibilidades, que se acionadas, vão gerar novas atualizações. Este infinito ciclo de virtualizações e atualizações formam a composição básica do mundo real, amplo, heterogêneo e mutável a cada segundo. Não é porque o virtual não se materializa, que ele deixa de existir, ou de estar disponível. Da mesma forma, de que adianta uma livraria, uma loja ou uma lanchonete que fecha as portas após o horário comercial? Eles existem fisicamente, podemos vê-los, toca-los e, no entanto, podem não estar disponíveis. O mundo virtual (ou eletrônico) representa o “stand by”, enquanto as atualizações colocam as potencialidades virtuais no status “em uso” transformando assim, o mundo real.

E o que isso tem a ver com cibercultura? Eu diria que este conceito ajuda a construir uma identidade para o ciberespaço, já que a sua natureza não material e não palpável lhe confere, na visão de alguns estudiosos, o status de “ilusão coletiva”. Na verdade, o ciberespaço é o representante exponencial de uma série de evoluções tecnológicas que permitem ao homem transformar o mundo real. A tecnologia aqui colocada deve ser entendida não como sinônimo de máquina, mas como o aperfeiçoamento de uma ferramenta, em prol da evolução humana. Da mesma forma que os homens primitivos aprimoraram pedras e gravetos para ilustrar nas paredes das cavernas, os elementos que faziam parte do seu mundo.

Para finalizar, o professor André sabiamente comparou o mundo virtual aos sentimentos humanos, como amor, saudade e felicidade. O fato de não podermos toca-los, não significa que não existam, não é mesmo?

2 comments:

Informática & Educação said...

Olá!
Adorei esta postagem, pois estou fazendo uma monografia referente a este assunto, mas não estou encontrando muitas referências bibliográficas, se puderes me mandar algumas dicas, agradeço!

E também gostaria de saber quem escreveu o texto, pois gostaria de fazer citações!Obrigada Atenciosamente Amanda de Quadros

Mônica said...

Olá..
Gostaria de saber quem escreveu o texto pois estou desenvolvendo uma monografia sobre o assunto e queria fazer citações.
Obrigada!
MMBG