Salvador vai reunir alguns pesquisadores e técnicos para discutir temas relacionados a alternativas para construção da cidadania através da inclusão social, digital e cultural. O Encontro de Cultura Colaborativa será realizado no período de 12 a15 de junho em Salvador, no Teatro Gregório de Mattos e SESC Piatã. Os organizadores prometem, no site oficial do encontro, mostrar como os processos de cultura colaborativa valorizam a descentralização dos pólos produtores de informação, a criação compartilhada, e as conseqüências desse processo. Essa discussão remte ao texto de Manuel Castells, "A era da intercomunicação", e destaco uma frase, logo no início do texto, que resume a importância do debate: “É apenas através do exercício da influência sobre o pensamento dos povos que os poderes se constituem em sociedades, e que as sociedades evoluem e mudam”.
Na leitura do texto, podemos perceber a relação de dependência que a política tem com a mídia e vice-versa. Apesar de não ser o objetivo do meio de comunicação (ou pelo menos não deveria) distorcer ou manipular informações, ele acaba sempre influenciando o público. E não apenas o público, mas o próprio poder. Nesse caso, a omissão é a arma mais potente dessas grandes empresas comunicacionais, já que, para algo existir no pensamento coletivo, precisa estar na mídia.
Só que esse pólo emissor está cada vez mais aberto e surge aí uma nova forma de exercício de influência. Castells chama de Mass Sef Communication (intercomunicação individual). “A Mass Sef Communication constitui certamente uma nova forma de comunicação em massa porém, produzida, recebida e experimentada individualmente”. O que acontece é que, mesmo o fato de determinado acontecimento não estar presente na grande mídia não significa que ele não esteja circulando através dos milhões de blogs, mensagens via celular e outras ferramentas digitais. E, a partir do momento em que essa rede emissora cresce, aumenta também o poder de influenciar até mesmo a mídia convencional. Vai ficar cada vez mais difícil omitir informações sendo que parte do público já teve acesso a elas e até mesmo participou do processo produtivo. “A existência e o desenvolvimento das redes de Mass Self Communication oferecem à sociedade maior capacidade de controle e intervenção, além de maior organização política àqueles que não fazem parte do sistema tradicional”.
Wednesday, June 6, 2007
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