Suzy Silva
Era para ser tudo tranqüilo naquele dia. Mas, a ansiedade, o nervosismo e a irritação tomaram conta de Clara, que ainda estava com o vestido para ajustar e experimentar no dia do casamento da sua irmã. Era um ajuste simples, nada que realmente justificasse uma prova. Sua prima Paula trouxe o vestido para experimentar no dia do casamento. Quando Clara experimentou quase teve um treco. Estava simplesmente enorme, sambando no corpo. Sobrando pra todo lado. Fechava o vestido, amarrava pra cá, amarrava pra lá e sobrava pano pra tudo que é parte. Nas costas dava para colocar uma mão inteira entre o vestido e as costas. Clara não sabia o que aprontaram com seu vestido, parecia ser de outra pessoa. Não tinha jeito, ia ter que ir com ele mesmo, mas só de pensar ficava mais irritada.
Saíram as duas, Clara e Paula, para o cabeleireiro, marcado com antecedência. Todo mundo do salão estava sabendo da situação que, além de ser irmã da noiva, era também madrinha e tinha que estar na igreja às 7h30 da noite, porque o casamento começava às 8h. Tinha que fazer o cabelo, maquiagem, pé e mão. Nada de muito complicado, certo? Errado! O tempo foi passando e a coisa demorando. Clara foi ficando estressada. Só conseguiu sair do salão às 6h30, horário de pico de trânsito.
Do salão, ela ainda tinha que ir para casa, tomar banho, se vestir, enfim, terminar de se arrumar e ir para a igreja que não era perto de onde ela estava. Clara já estava bem nervosa, sabendo que o trânsito estaria péssimo e já estava pra lá de atrasada para o casamento da sua própria irmã. Clara levou uma hora para chegar à igreja, tremendo, chorando, nervosíssima e ainda por cima com o bendito vestido sambando no corpo. Não acreditava no que estava acontecendo. Xingou o cabeleireiro até não poder mais por ter feito demorar tanto. Levou uns bons 10 minutos para Clara se acalmar.
Depois da cerimônia, veio a festa. A partir daí deu tudo certo. Brinde, discurso, valsa, vídeos sobre a história dos noivos e tudo mais. Na festa distribuíram várias lembrancinhas para os convidados, óculos, pisca-pisca, enfim. Do meio da festa para o fim era uma festa à fantasia. Clara estava divertidíssima e emocionada e nem parecia aquela garota estressada para o casamento de sua irmã.
2 comments:
Bom texto, mas conta com fluxo tradicional, extraído mais pela vivência com a personagem. Ou seja, vc percebe as emoções da pessoa pelas suas reações. E quando a pessoa está pensando em algo que vc não tem como saber apenas pela observação? Aí temos um fluxo menos tradicional, sacou?
Leo, compreendi a sua observação!!
Valeu!
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