Alaine Santos
Soraia Veiga é uma daquelas jornalistas que viajam no tempo e no espaço. Nos encontramos essa manhã na Estação Mussurunga e, enquanto aguardava o ônibus para chegar até o trabalho, ficou observando fielmente a movimentação das vendedoras de cartão. Pensou que as vendedoras de cartão deveriam estar estudando, mas só pensam em pagode.
A Estação Mussurunga, mais uma vez, fica cheia de vendedores de cartões da C&A e da Riachuelo. Mulheres que, em sua maioria, estão vestidas numa calça de tecido colante, que faz parte do uniforme. Elas perturbam os juízos dos passageiros, interrompendo-os de hora em hora com a mesma pergunta, o mesmo sorriso e o mesmo uniforme.
Soraia, ao contemplar o vai e vem das vendedoras, sorriu disfarçadamente. E daquela vez que uma delas bloqueou o caminho de um jovem que carregava uma mochila pesada, com fedor de mofo, e, incisiva, quase indecente, convidou-o para fazer o cartão e ele disse que já tinha o cartão? O rapaz estava quase corcunda por causa da mochila, desviou da vendedora e foi para o ponto de ônibus.
O ônibus chegou que ela nem percebeu. Levou uma cutucada nas costas de um senhor que estava logo atrás na fila. Entramos no ônibus e seguimos viagem.
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4 comments:
Alaine, eu senti falta de descrição no seu texto. Como é Soraia, como é a narradora, que a acompanha? Acho que você podia ter desenvolvido mais o texto, nos contado mais coisas acerca do ambiente, dos personagens que aparecem na narrativa.
Concordo que a descrição mais detalhada criaria um ambiente mais concreto na mente do leitor e tornaria toda a narrativa mais atraente.
Repetindo um pouco o que as meninas disseram, acho que faltou a descrição, para dar uma cor local à narrativa, e não senti o fluxo de consciência, pelo menos não profundamente. Faltou mergulhar mais na cabeça da personagem...
Não cobro a descrição, pois esse não era o exercício, embora sempre ajude para compreender o texto. O fluxo é que está tímido.
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