Wednesday, July 11, 2007

Jornalismo literário - Café com aroma de arte

Adriana Alves

Na estante de vidro discreta que fica próximo ao balcão de doces, livros da literatura nacional: Fernando Pessoa, Clarice Lispector, entre tantos outros, fazem aquele lugar fascinante. O aroma de café exala no ar convidando a quem passa na porta a incluir-se naquele recinto. A casa é sempre cheia. Mesas de vidro com cadeiras de couro sintético brancas encantam os casais de apaixonados que logo se formam e tornam o ambiente romântico. Quem entra no Café & Poesia, localizado no centro de Campina Grande, jamais esquece aquele ambiente de música clássica e convidadativo.

Para deixar o recinto ainda mais aconchegante, pinturas em óleo sobre tela ou arte naif de artistas locais dão vida às paredes levemente amareladas. Ao lado das mesas cristalinas, uma outra estante comporta pequenas peças de arte de mais artistas: louças pintadas com cores fortes a la Almodovar; peças artesanais como micro-cestos de palhas, mas tão bem trabalhados que pensa-se que é coisa de gente rica. A clientela é fiel e sempre traz mais um amigo para conhecer o lugar memorável.

Para acompanhar o cafezinho, que agora é expresso, com chantilly, licor e uma infinidade de novos sabores, o balcão é o cantinho certo: lindas tortas cremosas de morangos, tortas de chocolates e de frango, enormes croissantes, risoles, coxinhas, folhados. É irresistível. No final da tardinha é o melhor horário.

Um lugar modestamente pequeno no aspecto físico. Uma árvore na frente atrapalha o discreto letreiro que informa seu nome. Não tem neon. Nada de chamar atenção. Apenas o desenho de uma chícara de café exalando o cheiro da bebida mais famosa do país.

O atendimento é rápido e gentil. Moças atentas e sorridentes anotam o pedido dos clientes sem faltar nenhum detalhe. Nem mesmo a música é capaz de tirá-las da concentração. Valoriza-se o cliente. Lá, o café tem aroma diferente, de arte. Enquanto se espera o café com pãozinhos de queijo - pratos da casa - dá para conhecer o universo de Fernando Pessoa. Ou contemplar as obras de arte que estão sempre expostas. Ou mesmo apreciar o talento do artistas anônimos que anseiam entrar para o rol dos grandes artistas. O primeiro gole é viciante.

5 comments:

Leandro Colling said...

Boa descrição, mas poderia ficar mais rica se explorasse mais o além do vísível.

Alaine Santos said...

Gostei do texto. Me senti no ambiente. Sinal que a descrição foi boa.

Giselma Barbosa said...

Quero ir em Campina Grande experimentar esse café..
Gostei da descrição, o texto ficou bem detalhado..A narração segura o leitor até o final.
Bjos Drika

Liz Senna said...

Gostei muito do texto, me senti no ambiente, sentindo principalmente o aroma de café. Ótima descrição!

Vivian Barbosa said...

sim! sim! ótima descrição!
parabéns!