Tuesday, July 10, 2007

Jornalismo literário - Mais um crime brutal deixa os baianos perplexos

Giselma Barbosa

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu a seguinte declaração: “Precisamos nos acostumar com a violência”. Como assim? Será que temos que nos acostumar com o que é ruim? Matar ou morrer tragicamente pode ser considerado normal? O fato é que a violência levou a vida de mais um pai de família, Antônio Conceição Reis, 44 anos, ambientalista, casado com Eliene Sampaio Reis, pai de três filhos, foi baleado e seqüestrado por homens encapuzados a poucos metros da porta da sua casa, em Itapuã, às 07h30 do dia 9 de julho, após deixar a filha na escola.

Segundo pessoas próximas, vizinhos e parentes, a vítima recebia várias ameaças de morte, pois fazia trabalhos de prevenção ambiental na Lagoa do Abaeté, proibindo festa de carnaval e reveillon. “Muita gente não gostava dele porque contrariava os interesses dos comerciantes, pedindo para os turistas não irem às dunas”, disse Everaldo Sampaio, cunhado de Antônio.

Duas horas depois de o ambientalista ter sido baleado e seqüestrado, a polícia suspeita que o corpo encontrado por moradores nas proximidades do distrito de Vila de Abrantes, no município de Camaçari, da região de Sucupira, seja mesmo do ativista. O cadáver tinha perfurações de tiros, marcas de espancamento, foi carbonizado e abandonado no porta-malas do Ford Ecosport prata, roubado, de placa JQS – 9300, mas que estava com placa fria JPQ – 3292. O carro teria sido tomado de assalto no final de maio, no bairro do Garcia.

A polícia afirma que há indícios de que realmente seja o corpo de Antônio, em função do estado de carbonização, o cadáver não pôde ser imediatamente identificado, o IML – Instituto Médico Legal fará os exames e dentro de alguns dias será constatada a identidade.

Morador de um bairro populoso, famoso pelo poema de Toquinho e Vinícius de Moraes "É bom passar uma tarde em Itapuã/ ao sol que arde em Itapuã/ Ouvir o mar de Itapuã/ falar de amor em Itapuã”. Entretanto, de alguns meses para cá, o bairro tem sido alvo de violência, sendo figurinha carimbada nas páginas policiais. Antônio e sua família moravam em uma casa simples, cor verde desbotada, portão preto, porta e janela vermelho desbotado, pessoa humilde que lutava pela prevenção do meio ambiente com unhas e dentes. Porém, tanto amor e dedicação acabou provocando a revolta de alguns, fazendo com que o ambientalista tivesse muitos desafetos.

* Exercício produzido a partir das informações publicadas nos jornais A Tarde, Correio da Bahia e no BA TV.

2 comments:

Najara Lima said...

Apesar do uso de alguns elementos da literatura, achei o texto bem parecido com aqueles do jornalismo factual. A utilização da fala do presidente e de parte de uma música só ensaiam a criação de um texto de jornalismo literário, mas parecem não ir muito além.

Leandro Colling said...

Texto quase nada literário, concordo.