Aline Barnabé
Ninguém podia dizer nem que eram felizes, nem que eram infelizes. Morna seria a palavra que definiria a relação de Antonia e Carlos. Eram casados há 15 anos e as pessoas próximas não tinham muitas coisas para falar em relação a eles dois. Antônia tinha 35 anos, era exigente, mimada, às vezes equilibrada e vivia num mundo muito particular. “Nossa!! Já estou com 35 anos, beirando os 36...por que fui casar tão jovem... com 20 anos. Que droga, viu? Por que minha mãe não proibiu? Queria tanto ainda estar na casa dos meus pais, sendo pararicada, mimada, recebendo todas as atenções... agora tenho que ficar aqui com Carlos, mendigando atenção, implorando por um gesto de carinho...Ainda bem que não tive filhos. Se tivesse tido era aí mesmo que Carlos não ligaria a mínima para mim. Eu não agüentaria, juro que não agüentaria!”
Carlos era bem resolvido, mas vivia preso às chantagens emocionais que Antonia fazia. Sempre querendo atenção e mimos. Com 40 anos, aprendera com o tempo a ter paciência com ela. Além de paciência, era flexível, equilibrado e pouco romântico. Seu casamento era algo que, ultimamente, andava tirando seu sono. “Tantos anos de casamento e nada muda. Antonia parece mais mimada e cheia de vontades do que no início do relacionamento. Eu com 40 anos, não tenho um filho sequer para cuidar, para me chamar de pai. Que saco! Talvez um divórcio fosse melhor para nós dois. Ela poderia encontrar alguém que satisfizesse seus caprichos e eu encontraria uma mulher que me desse um filho. É...essa é uma idéia para amadurecer!"
Eles ainda não sabiam, mas a vida deles sairia da temperatura branda e seria esquentada com brigas, discussões e, no final, a vida sorriria para os dois!
Wednesday, July 25, 2007
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