Tuesday, July 10, 2007

Jornalismo literário - Como um animal qualquer

Silvia Raphaella

Numa linda manhã de sol, o sangue de um ser humano jorrou pela calçada em frente a uma casa humilde com portas de cor vermelha desbotada. Foi ali o final da trajetória de vida do ambientalista Antonio Conceição Reis, 44 anos, mais conhecido como Antonio Come Lenha, que, após ter deixado sua filha na escola, foi abordado e morto a tiros, por quatro homens encapuzados, na porta da sua residência, localizada na Rua Guararapes, no bairro de Itapuã. Um final de vida trágico para um homem de personalidade forte, que há 20 anos lutava pela preservação da natureza, principalmente no bairro de Itapuã, onde morava, atuando com adolescentes mirins.

Antonio, nessa trajetória de luta incansável pela natureza, há um ano vinha recebendo ameaças de morte através de telefonemas e bilhetes deixados na porta da sua casa. Mesmo com as ameaças, o ativista não deixou que apagassem a sua esperança e dedicação.

Testemunhas que estavam no local afirmaram que os criminosos desceram de um veículo de cor prata, ainda não identificado, e dispararam vários tiros na vítima, a maioria na cabeça. Em seguida, eles o colocaram no porta-malas do carro e fugiram. “Tava indo pra escola, quando olhei em minha direção quatro homens encapuzados atirando nele, parecia coisa de cinema”, relatou o estudante E.S, de 14 anos.

Coisa de cinema é a história desse defensor que lutava com unhas e dentes pela preservação do parque do Abaeté, onde conseguiu acabar com o carnaval, de tradição de 50 anos, deixando os comerciantes enfurecidos e com sede de vingança.

Toda a dedicação pelo meio ambiente acabou dentro de um porta mala de um carro. Como se fosse um animal qualquer.

* Exercício produzido a partir das informações publicadas nos jornais A Tarde, Correio da Bahia e no BA TV.

3 comments:

Leandro Colling said...

Pouco literário. Poderia ter valorizado mais a declaração do estudante, principalmente pq essa declaração foi dada para vc mesmo. A descrição dele poderia iniciar o texto, ficaria mais rico, e exclusivo.

Najara Lima said...

Concordo com Leandro. Tinha uma boa carta na manga, que era a declaração do estudante, mas não a usou de forma a valorizar o texto e deixá-lo mais literário.

Renata Leite said...

Oi colega, como eu, você também não abusou do recurso literário, mas não vamos desanimar. Este é apenas um de vários textos que teremos pela frente... Vamos mandar legal!!!